sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

SEGUNDA AVALIAÇÃO PRESENCIAL- 2014.2 DISCIPLINA: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

SEGUNDA AVALIAÇÃO PRESENCIAL- 2014.2
DISCIPLINA: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Questão 1 (2,0 pontos) Apresente uma comparação entre as propostas do Manifesto
dos Pioneiros da Educação Nova (1932) (Textos 12,13) e o Manifesto Mais uma vez
Convocados (1959) (Texto 14) e explique qual é importância da escola pública gratuita
para a construção de uma sociedade democrática no Brasil

O aluno deve ser capaz de relacionar as bandeiras do movimento liberal- escolanovista,
isto é, a defesa do ensino público gratuito, laico e obrigatório com a defesa de um projeto
de sociedade moderna que deveria ser democrática e consoante ao progresso das funções
urbanas e industriais.
As características principais deste momento estão apresentadas nas páginas 77 e
78 do texto 14. A expectativa é que o aluno compreenda que o manifesto “Mais
uma vez convocados” organizava as principais bandeiras do grupo que defendia a
escola pública – obrigatória, laica e gratuita – como condição de construção da
democracia no país. Em função destas bandeiras, este grupo combatia as propostas dos
setores privatistas e religiosos no ensino, que buscavam, nas disputas pela LDBEN, obter
financiamento estatal para suas instituições de ensino.
Nesta medida, as bandeiras dos Manifestos de 1932 e de 1959 contrariavam os interesses
privados e de setores religiosos no ensino e defendiam a democratização do acesso a
escolarização como condição de formação da cidadania e da construção da nação em
novas bases.

Questão 2 (2,0 pontos) A partir do que foi estudado nos textos 13 e 14, e dos vídeos
indicados na plataforma, é possível afirmar que:
I. No período da Ditadura Militar (1964-1985), a fração que assumiu o poder buscou
saídas para conter reivindicações e “modernizar” o ensino no Brasil, e o fez valendo-se
da colaboração externa. O governo brasileiro estabeleceu com os EUA, através da
Agency for International Development (AID), um acordo cuja base era a assistência da
USAID, no sentido de adequar o sistema educacional brasileiro ao modelo de
desenvolvimento econômico então adotado no Brasil.
II. No período do Estado Novo foram mudados os rumos da política educacional
brasileira, com a instalação de um governo autoritário, centralizador e de caráter
populista. As leis orgânicas de ensino que foram promulgadas refletiam a posição
político-ideológica regime e não aprofundaram a dualidade do sistema educacional
brasileiro.
III. Florestan Fernandes foi um intelectual atuante na defesa da escola pública e
expoente do pensamento sociológico no Brasil, participou da Campanha em defesa da
Escola Pública e do Manifesto “Mais uma vez convocados”.
IV. O período da ditadura militar adotou o modelo dependente associado, que
preconizava a modernização, a aceleração do processo industrial e o incentivo à
exportação, o que facilitou a instalação de empresas multinacionais no país. Nesse
período, em nome da racionalidade, da produtividade e da eficiência, foram feitas duas
reformas educacionais, a 5.540/68, que reformou o ensino superior, e a 5.692, que
reformou o ensino de 1º e 2º Graus.
V. Relacionadas a distintos projetos políticos de sociedade, as propostas de educação
popular não eram heterogêneas, constituindo duas vertentes: as campanhas que
visavam ao aspecto quantitativo, ou seja, preocupavam-se com a alfabetização do maior número possível de pessoas e os movimentos ou programas que enfatizavam o
aspecto qualitativo, e buscavam o desenvolvimento da comunidade e a
conscientização.
Marque a opção CORRETA:
a) III, II, V.
b) I, III,IV.
c) I, II, III.
d) I, IV, II.
Questão 3 (2,0 pontos)
“O problema que se põe àqueles que, mesmo em diferentes níveis, se comprometem
com o processo de libertação, enquanto educadores, dentro do sistema escolar ou fora
dele, de qualquer maneira dentro da sociedade (estrategicamente fora do sistema;
taticamente dentro dele), é saber o que fazer, como, quando, com quem, para que,
contra que e em favor de quê.” Paulo Freire
“Há sempre uma forma de educação que poderemos chamar de fundamental: é aquela
que faz com que o indivíduo passe a compreender a própria estrutura da sociedade em
que vive, o sentido das transformações que estão se processando nela, e, assim, de
mero protagonista inconsciente do processo social, passe a ser um membro atuante da
sociedade, no sentido de favorecer sua transformação ou, ao contrário, a ela se opor,
porque ela se dará em detrimento de seus interesse.” Paschoal Lemme.
As citações acima estão presentes no texto 14. A partir delas, desenvolva uma reflexão
sobre a importância dos estudos e das pesquisas em história da educação para a
formação do educador. De que modo os conteúdos estudados neste curso auxiliam na
sua formação?

O aluno deve expressar a compreensão do que há em comum nas duas citações, que remetem a
importância do questionamento sobre a função social da escolarização. Nesse sentido, a
expectativa é que o aluno, a partir dos conteúdos da disciplina, tenha acesso a informações e
pesquisas que desvelem que a educação é um processo complexo, que não deve ser pensado
apenas na dimensão do ensino-aprendizagem, do que e como fazer, mas, sim, que o fenômeno
educacional é saturado de interesses, projetos, perspectivas que configuram o processo educativo.
A compreensão das relações entre educação-sociedade, historicamente, é pertinente à formação de
um educador que não pretende ser mero transmissor de conteúdos, porque permite a reflexão sobre
para que e por que educamos.

Questão 4 (2,0 pontos) “A segunda metade da década de 1980 foi muito rica em
discussões, pois estavam sendo traçados os caminhos políticos que influenciaram a
nova constituição brasileira”. De acordo com NEVES (1994), no processo da
constituinte, entre 1987 e 1988, havia uma luta pela hegemonia, ou seja, um embate
entre a mudança e o conservadorismo. Nesse momento, apareceram propostas distintas
para a educação brasileira” (Texto 15, p.89). A partir do estudo do texto 15, A política
educacional no Brasil: momentos marcantes (1985-2000),disserte sobre os projetos em
disputa neste período.
O aluno deve ser capaz de identificar os projetos em disputa. Os setores conservadores
empresariais e privatistas defendiam a adoção do neoliberalismo nas políticas econômicas e educacionais do governo, a diminuição da intervenção do estado na economia, a transferência de
tecnologia dos países centrais para o Brasil e a importância da participação da iniciativa privada na
formulação da política educacional.
Os grupos progressistas eram contrários à adesão ao neoliberalismo, defendiam o aprofundamento
das instituições democráticas e dos direitos socais, a responsalibilidade do poder público na oferta
da educação pública de qualidade, uma educação superior de caráter científico-tecnológico;a
ampliação da educação infantil; a universalização do ensino fundamental;o acesso a todos ao
ensino médio.
Recortes do texto:
p.89: A segunda metade da década de 1980 foi muito rica em discussões, pois estavam sendo
traçados os caminhos políticos que influenciaram a nova Constituição brasileira. De acordo com
NEVES (1994), no processo da constituinte, entre 1987 e 1988, havia uma luta pela
HEGEMONIA, ou seja, um embate entre a mudança e o conservadorismo. Nesse momento,
apareceram propostas distintas para a educação brasileira.
O bloco conservador acreditava que o desenvolvimento social decorria do desenvolvimento
econômico; propôs, portanto, diminuir a intervenção do Estado na economia, como condição
essencial para o crescimento econômico, o aumento da produtividade e a competitividade dos
produtos nacionais. De acordo com esse grupo, o desenvolvimento científico e tecnológico seria
possível a partir da transferência de tecnologias dos países centrais para o Brasil. Seus
componentes defendiam a seguinte tese: a iniciativa privada era peça fundamental na formulação
da política educacional. Sendo assim, propuseram que a modernização se efetivasse por meio do
ensino superior e impuseram limites à socialização do saber, mas nãão abandonaram de todo o
ensino fundamental e médio, condição essencial à mediação política entre governo e as massas.”
p.90:
“O grupo político que defendia a mudança propôs:
• transformações na política econômica, de modo que houvesse crescimento econômico com
distribuição de renda;
• a desprivatização do Estado; ou seja, lutavam por uma democracia representativa e participativa;
• ampliação e aprofundamento das relações democráticas de poder, com o fortalecimento da
sociedade civil e controle social das ações estatais;
• socialização do saber;
• uma educação superior de caráter científico-tecnológico;
• ampliação da educação infantil;
• universalização do ensino fundamental;
• acesso a todos ao ensino médio;
• melhora das condições materiais do sistema educacional.”

Questão 5 (2,0 pontos)
No texto 15, A política educacional no Brasil: momentos marcantes (1985-2000),
de autoria de Ângela Maria de Souza Martins, aprendemos que a década de 1980 foi
significativa para as discussões político-pedagógicas, pois nesse período o Brasil viveu
intensamente a Campanha das Diretas Já cujo objetivo era lutar pela volta das eleições
diretas para a Presidência da República e a instauração da democracia no país.
Segundo, Martins, “nesse período, eclodiram importantes movimentos político-educacionais e instalou-se o Fórum Nacional da Educação na Constituinte em Defesa
do Ensino Público e Gratuito”. Sobre os debates educacionais ocorridos neste período,
marque a alternativa correta:
a) A educação passou a ser vista como um serviço essencial para a cidadania e
nessa condição um elemento importante de transformação social.
b) Não havia interesse dos empresários, principalmente aqueles que lidavam com a
educação, em se organizarem para elaborar propostas para a política
educacional brasileira.
c) Emergiram propostas de modernização que se efetivassem por meio do ensino
superior e houve um abandono de todo o ensino fundamental e médio.
d) Muito embora houvesse, naquele período, preocupação com a educação, esta
não chegou a configurar como uma política social do Estado. 

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