quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

LP2

Comentários acerca da Avaliação Presencial 1- AP1 de LP2, Segundo Semestre de 2013
Com base na descrição do trabalho realizado em sala de aula pela professora de uma turma de 3º ano do Ensino fundamental, responda:
QUESTÃO 1 – Leitura e Conhecimento Prévio
1.a) Por que a exploração e o desenvolvimento dos níveis de conhecimento prévio são especialmente importantes nas aulas de leitura?
 Veja que ao lado da expressão “Questão 1” aparece o assunto/conteúdo que está sendo solicitado nesta questão, isto é, Leitura e Conhecimento Prévio. Este assunto é tratado na Aula 16, Caderno Didático. Só para lembrar, são 04 níveis de conhecimento prévio: conhecimento de mundo, enciclopédico, linguístico e textual. A Aula 16 explora cada um desses níveis e fala da importância deles para o desenvolvimento da leitura. Assim, nesta questão 1.a, o(a) aluno(a) deveria deixar claro a função dos níveis de conhecimento prévio no trabalho com a leitura, isto é, o aluno deveria explicar os motivos e a importância de se trabalhar (explorar e desenvolver) esses níveis de conhecimento prévio, nas aulas de leitura na escola.
EXEMPLOS DE RESPOSTAS QUE PUDERAM SER CONSIDERADAS DE NÍVEL BOM E ACIMA (COM ALGUMAS ADAPTAÇÕES):
R1: Para que se compreenda, entenda e apreenda um texto é necessário que se conheça ou ao menos que se tenha uma ideia sobre o que o texto fala e aborda. E o conhecimento prévio é a “ferramenta”, o recurso que nos permite isso. Procurar saber o que os alunos já sabem sobre o que lhe será apresentado é essencial, já que é, a partir dali, que o professor irá trabalhar.
R2: Os níveis de conhecimento são importantes porque eles ajudam o professor a interagir com os alunos, sobre o texto que está sendo lido. Os conhecimentos adquiridos formalmente (conhecimento enciclopédico), informalmente (conhecimento de mundo), adquiridos com o estudo da língua e da gramática (conhecimento linguístico) e adquiridos pelo estudo de como os diferentes textos se estruturam e se organizam (conhecimento textual), todos esses conhecimentos que, de algum modo, o leitor já possui, tornarão a leitura mais fácil porque eles acionam informações importantes que ajudam a compreender melhor o texto.
R3: A exploração e o desenvolvimento dos níveis de conhecimento prévio são especialmente importantes nas aulas de leitura porque, quando lemos um texto, resgatamos os conhecimentos adquiridos em outras leituras e vivências para interpretá-lo e compreendê-lo adequadamente. Em todas as leituras que fazemos,
acionamos os conhecimentos prévios que adquirimos ao longo de nossa vida e relacionamos com aquilo que estamos lendo.
1.b) Quais os níveis de conhecimento prévio que um professor precisa conhecer para organizar as tarefas de leitura? Comente com exemplos tirados do trabalho da aula descrita acima.
 O professor só conseguirá explorar e desenvolver os níveis de conhecimento prévio com seus alunos se ele conhecer o que são esses níveis, se ele souber a importância de cada um desses níveis quando se lê. Enfim, ele deve ter fundamentos necessários sobre o assunto, para desenvolver, nas atividades de leitura, reflexões que ajudem os alunos acionarem seus conhecimentos prévios (de mundo, enciclopédico, linguístico e textual) e desenvolverem melhor a leitura. Daí, a questão 1.2 solicitar o seguinte:
a) Quais níveis de conhecimento prévio o professor precisa conhecer para organizar as tarefas de leitura.
b) Complementar ou reforçar a resposta, trazendo para a reflexão exemplos da atividade desenvolvida pela professora, na situação de aula descrita na questão.
EXEMPLOS DE RESPOSTAS CONSIDERADAS DE NÍVEL BOM E ACIMA (COM ALGUMAS ADAPTAÇÕES):
R1: Conhecimento de mundo, enciclopédico, textual e linguístico. Na atividade apresentada, a professora trabalha e aborda todas essas questões com a turma. Ao situá-los e pergunta-los se já ouviram falar sobre a música, se a conhecem, se já ouviram acerca da comunidade abordada na música, e esperar que eles a respondam, ela já fazendo o levantamento do conhecimento que eles já trazem consigo, isto é, do conhecimento informal, de mundo que esses alunos têm. Ao pedir-lhes que escrevam o nome soletrado, ela está verificando se as crianças sabem ou não compô-lo, escrevê-lo, ou seja, está abordando, checando, ajudando-os a acionar este conhecimento formal (enciclopédico) que possuem. O conhecimento textual é abordado com o gênero música. A professora trouxe variedade para a sala de aula, o que deve ser uma prática comum, já que os alunos sabem reconhecer o que é o refrão. O conhecimento linguístico, creio que tenha sido abordado em todo a atividade, já que as crianças, de acordo com o quadro montado pela professora, conseguem traçar comparações, conseguem os significados das palavras.
R2: Conhecimento de mundo – conhecimento que adquirimos informalmente, com a nossa vivência do dia-a-dia. Quando a professora diz aos alunos “hoje vamos ouvir uma música do MC Cidinho e do MC Doca, ...” e pergunta se os alunos conhecem ou já ouviram antes a música, ela está trabalhando o conhecimento de mundo.
Conhecimento enciclopédico – conhecimento que adquirimos formalmente, através de leitura de textos, livros, jornais, revistas e frequentando museus, teatro, cinemas, etc. Quando a professora pede aos alunos para a ajudarem a preencher o quadro com o que os autores dizem de si mesmos e o que os outros pensam deles, a professora
está trabalhando o conhecimento enciclopédico, pois, sobre a realidade do que realmente ocorre na comunidade, é preciso que haja pesquisa e não apenas achar que é.
Conhecimento linguístico – refere-se ao conhecimento que o indivíduo possui em relação ao vocabulário, à gramática, às regras da língua. Quando a professora pede aos alunos que escrevam no caderno o nome do lugar, que é o título da canção, e os alunos escrevem “Cidade de Deus”, a professora está trabalhando o conhecimento linguístico; ela quer saber se eles sabem escrever corretamente o que foi pedido.
Conhecimento textual – refere-se a tudo que sabemos sobre a organização e estruturação de diferentes textos. Quando a professora trabalha com a música, ela está trabalhando um gênero textual, ou seja, está levando ao conhecimento do aluno como é a organização e estruturação de um texto no gênero musical.
QUESTÃO 2 – Praticando o dialogismo
Esta questão deveria ser respondida, tomando-se como base a atividade descrita na questão 2, que se refere à continuidade das ações que a professora citada continua desenvolvendo com os alunos, ou seja: analisarem a composição do cartaz não apenas adivinhando, mas tendo como base o que já sabiam sobre a localidade; isto é, justificando seus argumentos pela referência aos elementos linguísticos, textuais e visuais apresentados no referido cartaz.
2.a) Como a inclusão dessa atividade pode ser vista como visando aumentar a competência linguística e textual dos estudantes?
 Em 2.a, o(a) aluno(a) deveria refletir sobre o seguinte: Como a atividade com o cartaz desenvolvida pela professora, descrita nesta questão, pode fazer com que o aluno aumente sua competência linguística (aprender mais sobre aspectos da língua) e sua competência textual (aprender mais sobre aspectos de textos tipo um cartaz que divulga um filme em comparação com outros tipos de texto).
EXEMPLOS DE RESPOSTAS CONSIDERADAS DE NÍVEL BOM OU ACIMA (COM AS DEVIDAS ADAPTAÇÕES):
R1: A professora usou o mesmo assunto - a comunidade Cidade de Deus - de formas distintas: no texto da letra da música e no texto do cartaz do filme. Ela utilizou-se da letra da música, falou do livro sobre a comunidade e sobre o filme, e, ainda, levou um cartaz deste último para que a turma traçasse paralelos entre o que ouviram, leram e o que viram nas imagens do pôster. Ao fazer isso, a professora expandiu os horizontes desses alunos não apenas para o que aprenderam sobre a comunidade, mas também acerca das possibilidades de se obter e transmitir essas informações. Os alunos tiveram acesso ao áudio, à imagem, bem como ao discurso oral e escrito. Tudo isso ajudou a ampliar as competências linguística (sobre a língua) e textual (sobre diferentes textos) dos alunos.
R2: A proposta realizada pela professora é enriquecedora, pois apresenta o que foi trabalhado por ela anteriormente, mas com outro tipo de linguagem. O cartaz do filme explora principalmente a linguagem visual, mas, também, aspectos da língua verbal e não verbal. Ainda pode-se destacar a análise proposta para entender a composição do cartaz, relacionando-o ao conhecimento prévio da localidade. Sem dúvida, esta atividade contribuiu para aumentar a competência linguística e textual dos estudantes; primeiro, por ser um longa metragem que desperta o interesse por sair um pouco do contexto de sala de aula; segundo, uma produção deste tipo lança mão de diversas manifestações da linguagem.
2.b) O que é uma atitude responsiva e como é possível desenvolvê-la? Exemplifique com a situação acima (ou seja, a situação desenvolvida pela professora, descrita na questão 2).
 Em 2.b, o(a) aluno(a) deveria fazer três coisas: 1º) conceituar “atitude responsiva”; 2º) explicar como ela pode ser desenvolvida em sala de aula; 3º) fazer isso, trazendo como exemplo, a atividade feita pela professora, apresentada na questão 2.
EXEMPLOS DE RESPOSTAS CONSIDERADAS DE NÍVEL BOM (COM AS DEVIDAS ADAPTAÇÕES)
R1: Uma atitude responsiva é reagir ao texto. O leitor não é passivo na leitura, ele questiona o que lhe foi apresentado, concorda, discorda, opina, reflete, interpreta. Ele apresenta sua contra palavra, é ativo. A professora, na atividade acima, pede aos alunos que analisem a imagem com base nas informações que já possuem sobre a comunidade, que utilizem essas informações, que observem as divergências e convergências entre imagem, texto escrito e letra da música. Com isso, ela está contribuindo para que cada um aprimore sua capacidade de agir com atitude responsiva.
R2: Atitude responsiva – refere-se ao posicionamento do sujeito diante de tudo que lhe é apresentado, seja um fato ou um texto. O sujeito coloca suas ideias, seus valores, de forma crítica, comprometida e reflexiva. A atividade proposta pela professora, sobre o cartaz do filme Cidade de Deus, é uma ótima maneira de se desenvolver a atitude responsiva nos estudantes, pois ela os leva a se posicionar diante do que está sendo apresentado, com autonomia.
R3: Uma atitude responsiva é a posição que uma pessoa toma diante de um texto, criticando, elogiando, etc. É possível desenvolvê-la quando se procura compreender, analisar, conhecer melhor o assunto que está lendo. Na atividade citada na questão 2, a professora busca desenvolver essa atitude em seus alunos quando pede que eles analisem o cartaz.
QUESTÃO 3 – Leitura e Discurso
Nesta questão, reproduzimos parte da canção “Cidade de Deus” para que vocês expliquem dois aspectos importantes sobre língua e linguagem.
 Foi apresentado dois trechos da referida música para que o(a) aluno(a) os aproveitasse para responder a questão 3, mais especificamente, 3.a e 3.b.
3.a) O trecho destacado em 3.a deveria ser tomado como base para se responder de que modo a noção de “gênero discursivo” ajudaria a professora explicar a seus alunos o estilo de língua usado no trecho em destaque.
EXEMPLOS DE RESPOSTAS CONSIDERADAS DE NÍVEL BOM (COM AS DEVIDAS ADAPTAÇÕES):
R1: O gênero discursivo, neste caso, o texto da música, contribui para a análise e identificação do tipo de texto que está sendo trabalhado. Refiro-me às características deste texto que influenciam o estilo de língua usado, um estilo que expressa o modo de vida do povo daquela comunidade.
R2: O estilo de linguagem usado na música é a língua da comunidade, a manifestação da linguagem usada por aquele povo, o dialeto deles, a identidade deles. E o gênero discursivo - expressado pela letra da música marcada por um estilo que se identifica àquele povo (o funk)- acaba ajudando a professora explicar o quanto aquele estilo de linguagem utilizado por eles é coerente. Por isso, expressões como “Se liga no que estou falando” e “Tu vai se amarrar, vai se diverti”, não são melhores, nem piores; apenas representam o modo deles se identificarem, dizerem quem são, por meio de um gênero discursivo que também os identifica.
3.b) Utilizando-se do trecho destacado em 3.b, o(a) aluno(a) deveria justificar ou responder o seguinte: o motivo de os MCs não apresentarem uma visão idealizada (irreal) da vida na favela, contestando, desse modo, os estereótipos comumente apresentados no discurso sobre a vida em comunidades como Cidade de Deus.
EXEMPLOS DE RESPOSTAS CONSIDERADAS DE NÍVEL BOM (COM AS DEVIDAS ADAPTAÇÕES):
R1: Na música, os compositores/cantores não escondem ou disfarçam a vida na comunidade. Eles são realistas. Comparam a vida na cidade de Deus à maré que “às vezes tá alta, às vezes tá baixa”. Eles não negam as dificuldades, mas não as glorificam também: “A vida do povo é assim. Às vezes tá tranquila e às vezes tá ruim”. E ainda mostram o otimismo e o estilo “bola pra frente” dos moradores da comunidade: “Depois do cerol tem que dar estanque”.
R2: O fato dos MCs não construírem uma visão idealizada da vida naquela comunidade está claro em todo o trecho. Desde o início, quando é dito que “não escondemos nada o que temos lá dentro”, enfatizando que não há o que se esconder; que existem aspectos negativos conhecidos pela sociedade, mas no verso seguinte defende o fato de a comunidade ter fé. Ou seja, existem pessoas de bem que trabalham e lutam para ter vida digna, apesar do entorno arriscado e violento. Os autores argumentam contra a visão idealizada da vida na favela, afirmando que existem fases boas e ruins, como em outros locais

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